Foi com profunda consternação e sentido pesar que tomei conhecimento da morte do Presidente Jorge Sampaio. Quero, em meu nome pessoal e no da minha mulher, dirigir à sua família uma palavra de conforto nesta hora difícil e apresentar as mais sentidas condolências.
O Dr. Jorge Sampaio foi um homem de causas, um homem dedicado ao nosso País, que serviu Portugal nos diferentes cargos que ocupou – como Presidente da República, mas também como líder do Partido Socialista, como Presidente da Câmara Municipal de Lisboa e, no plano internacional, como Alto Representante para a Aliança das Civilizações e como enviado especial das Nações Unidas para a Luta contra a Tuberculose.
A defesa do povo de Timor Leste foi uma causa que mobilizou o Dr. Jorge Sampaio. E uma das suas últimas causas ilustra bem a sua visão humanista: apoiar os jovens estudantes atingidos pela guerra nos seus países, e em particular na Síria, a completarem os seus estudos superiores.
Nalgumas ocasiões fomos adversários políticos, mas mantivemos sempre uma boa relação pessoal, uma relação cordial e de respeito mútuo. Tivemos dezenas de reuniões para falar sobre os problemas do nosso País.
Recordo o profícuo trabalho conjunto que realizámos, entre 1993 e 1995, na concretização do plano de erradicação das barracas, eu como Primeiro Ministro e ele como Presidente da Câmara Municipal de Lisboa. Recordo, igualmente, a sua cortesia e colaboração inexcedíveis quando fui eleito e lhe sucedi como Presidente da República em 2006.
Os Portugueses tem razões para estar profundamente gratos ao Presidente Jorge Sampaio pela sua dedicação ao nosso País e pela dignidade, patriotismo e profundo sentido de Estado com que procurou servir Portugal.
Este é um momento de profunda tristeza nacional. Inclino-me perante a sua memória.
